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Um jardim simbólico chamado Antheia

Antheia
Imagem de Antheia gerada por IA, Labs Google/ImageFX

Jardim de Antheia se apresentou como uma proposta da minha amiga e sócia Bel Berkana, para abrir os trabalhos da primavera da nossa Ponte de Sótis. Uma série de programas para o recém-inaugurado canal do Youtube da Ponte, onde eu convidaria mulheres da nossa equipe para conversar sobre a flor escolhida por cada uma delas. “Adorei! Vamos fazer!”, eu concordei, empolgada.


Nós não imaginávamos, no entanto, o que seria o processo de criação desse jardim simbólico, mas extremamente poderoso. 


Foram muitos desafios, principalmente internos. Mas eu tenho uma coisa em mim que se chama teimosia e ela, às vezes, se transforma em uma irmã próxima, a resiliência. E essa foi fundamental para que eu conseguisse vencer meus fantasmas e avançar.


A tecnologia me atropelou de cara. Tive dificuldade em acertar a resolução da câmera e da gravação, o que me custou algumas repetições dos primeiros vídeos. Sara Osipi, minha primeira convidada, aceitou regravar o papo comigo em outro dia por conta desses ajustes – obrigada pela disponibilidade, Sara! 


Passado esse esforço inicial, o externo se ajustou e fluiu. Mas esse Jardim, que não é exatamente do plano 3D (entendedores entenderão), começou a ganhar vida própria e a manifestar sua força no processo.


Antes e durante as gravações, eu percebia em mim algumas sensações: confiança, respeito, alegria, força, resistência, abertura… Alguns desses sentimentos se desfaziam assim que eu me despedia da convidada e fechava o Zoom. Outros, porém, permaneciam durante um tempo, solicitando que eu pensasse sobre o assunto. 


Eu fui entender melhor o que estava acontecendo quando Bel começou a editar os vídeos – eu gosto de falar que ela “embonita” o material de conteúdo da Ponte de Sótis – e notou que a flor escolhida se manifestava de alguma forma nas entrevistas. “Já notou, Anna, que muitas vezes você não conversa com a convidada, mas com a flor que ela trouxe?”


Minha cabeça se abriu e compreendi: o que eu sentia durante o processo estava diretamente ligado à missão energética da flor em questão – conceito que eu trago para ancorar essa série e que explico melhor no segundo vídeo lançado.


Em nossas conversas de bastidores, eu e Bel trocamos percepções sobre como a flor se fazia presente de várias formas. Algumas vezes a convidada era a flor em pessoa. Outras vezes, eu fazia esse papel. Também aconteceu da presença daquela energia estar tanto em mim quanto na mulher à minha frente. Mas sempre a missão da flor se manifestava.


Alpínea purpurata
Alpínea purpurata, ou gengibre vermelho, by DEZALB/Pixabay

Essa experiência, por si só, já é muito marcante. Mas não foi somente isso o que se desenrolou na construção deste jardim: as flores se fizeram tão presentes, que senti em meu campo a missão de cura de cada uma delas. Não vou entrar em detalhes, mas minha amiga “embonitadora" de vídeos também se percebeu tocada por determinadas “essências florais". E eu gostaria de compartilhar um pouco sobre esse jardim com vocês.


A helicônia me deixou à vontade, confiante, como se eu estivesse inteira para realizar esse processo. No dia da gravação, foi tudo tão fluido, que achei que minha amizade e proximidade com Bel Berkana é que estavam promovendo esse estado. Eu sei que sim, claro, isso faz muita diferença! Mas, olhando de fora, eu consigo perceber a helicônia integrando as muitas versões que essas duas mulheres já partilharam, para trazer essa fluidez completa para o encontro.


A copo de leite chegou antes de eu entrar no Zoom com a Cristina Figueiredo. Fui envolvida por um respeito palpável, uma reverência. Acreditei que fosse somente por conta da admiração que sinto pelo trabalho e pela mulher incrível que é a Cris, mas hoje entendo que a força dessa ancestralidade feminina poderosa, que a copo de leite representa, também esteve muito presente naquela conversa, revelando saberes e nos acolhendo.


Uma flor nada comum e oficialmente descrita por Dr. Edward Bach – criador do pioneiro sistema floral que leva o seu nome – como um potencial de cura, o cerato chegou mostrando a que veio. Foi difícil encontrar conteúdo a seu respeito, além das referências específicas à essência floral de Bach. Enxergar a beleza dessa flor e toda a sua potência, mesmo quando não há muita coisa sobre ela sendo divulgada, é a prova de que a nossa grandeza não está na validação externa, mas sim, em nossa guiança interior. Foi muito impressionante perceber o cerato afirmando sua missão através da amorosidade de Bruna Guerra. A energia de fé e confiança em quem nós somos pode ser sentida no próprio ritmo da troca. 


A medicina da rosa damascena começou a se apresentar uns dias antes do meu encontro com Luludy Van Lammeren. Eu percebi uma certa resistência à rosa, quando comecei a estudá-la para o Jardim. Já era um sinal de que, em algum lugar não consciente, eu estava descrente de algo em mim: talvez da força desse trabalho, ou da minha capacidade de conduzi-lo (quem nunca?). A conversa com Luludy me ensinou não só a enxergar a importância de estar completa, mas, principalmente, a de acreditar nessa autossuficiência e a confiar nesse poder inerente em nós.


Eu já tinha uma ligação mais próxima com o dente de leão, bem como com a mulher por trás dele, Manu Sousa. Comecei a estudá-lo para criar e conduzir uma vivência no começo de 2024, a “Deixar ir para florir”. Então, a conversa sobre (ou seria com?) o dente de leão correu com esse ar de proximidade, marcado pela leveza que essa flor traz para a vida. E Manu é o próprio dente de leão, não é necessário esforço para assimilar isso. Olhando esse episódio daqui, eu consigo me perceber viajando longas distâncias, de papo com uma velha amiga, de forma delicada, lúdica, mas com muita potência.


Desenho de criança
Imagens de @brunasaraiva e @shine-graphics/Canva

A conversa com Renata Tiemi sobre a gérbera me trouxe no corpo a sensação da alegria provocada pelas cores exuberantes e pela simplicidade desta flor. Observei a felicidade primordial guardada pela criança interior que habita em mim, e que é acionada pelas coisas triviais. Renata fez com que eu atingisse esse estado quando trouxe a similaridade da gérbera com o desenho de uma flor feito por uma criança. Mais uma conversa onde o lúdico vem trazer seu recado, marcando a importância de se levar a vida de forma mais colorida.


Estive com a gardênia duas vezes já que, conforme mencionei no início do texto, precisei regravar o episódio com Sara Osipi por questões tecnológicas. Eu não tive dúvidas de que a gardênia esteve presente, em ambos os encontros. Sara era a própria gardênia incorporada: uma mistura de força e suavidade, como ela própria descreveu a energia dessa flor. Foi impactante ver essa mulher-flor se apresentando, já que eu estava acostumada, em reuniões e cursos Zoom afora com Sara, a vê-la numa atitude mais reservada. Só faltou o perfume!


Carol Rosa escolheu a ylang ylang para a nossa conversa. No dia combinado, precisamos remarcar. E eu reconheço o movimento da flor – que nasce fechadinha e depois se abre como uma dançarina – nesse aguardar a nova data. O transbordar da ylang ylang é algo natural, de dentro para fora. E a expansão se deu no gestual iluminado de Carol e na conversa entusiasmada que se desenrolou, no dia “certo”. Aqui também, uma tecnologia que pudesse transmitir a fragrância da flor seria muito bem-vinda!


Para encerrar a série, eu falei sobre o girassol. Dessa vez, foi Bel Berkana quem me entrevistou. Foi emocionante falar de uma flor que é tão emblemática para mim –  nessa e em outras existências –, com a pessoa que representa a medicina do girassol em minha vida hoje. O tapinha nas costas que sinto que o girassol dá, vem sempre junto com o acolhimento de alguém que nos quer muito bem. E esse “Vai, amiga!”, desde o começo do movimento do Jardim de Antheia, foi dado pela minha sunflower, Bel.


Estou muito feliz no que esse jardim se transformou. Eu o vejo como uma farmacinha natural, de transformação energética, onde quem chegar para assistir essas flores vai se beneficiar. E estou feliz também porque pude contar com a disponibilidade e vontade de cada uma dessas mulheres maravilhosas, que aceitaram o chamado de espalhar as suas sementes, sem hesitar!


Fica aqui o convite para você se encantar (e se transformar), também, por esse jardim.



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